sexta-feira, 20 de maio de 2011

Política externa de cada país - Resumo

Bom dia, senhores delegados. A mesa do comitê 1 (Eu, Laura Nascimento e Carolina Tavares) decidiu provar que além de soberana e onipresente, é imune ao sono (ou quase isso)! Nos reunimos e em conjunto elaboramos um resumo da política externa de cada delegação em relação ao tema do comitê. Esperamos que os senhores façam bom proveito e entendam que devem se posicionar de acordo com a política externa dos seus países, não deixando sob hipótese alguma que motivos pessoais os levem a contrariar esta.

Estados Unidos: Os EUA têm 109 reatores funcionando. Desde o acidente de Three Miles Island, em 1979, a expansão nuclear sofreu um revés, porém no país existem três depósitos lotados de lixo radioativo. A preocupação com a segurança das usinas é constante por parte do governo.
Os Estados Unidos não aprovam a continuidade de programas nucleares para fins bélicos em outros países. Desde a era Bush, os EUA vêm declarando publicamente o repúdio a testes nucleares e ao uso e enriquecimento de urânio que não visem apenas a fins pacíficos.
O principal alvo de críticas estadunidenses é o projeto nuclear iraniano, que, segundo o governo norte americano, pode colocar grande parte da população mundial em risco. Tal argumento é baseado no fato do Irã não ser signatário do protocolo adicional, que prevê inspeções mais rígidas às instalações nucleares dos países que tem programas de enriquecimento de urânio.
Como forma de coibir o programa nuclear iraniano, os EUA defendem a imposição de sanções ao país. Consoante com a posição norte americana, o Conselho de Segurança já aprovou diversas sanções ao Irã.
Além de defender a não-proliferação em outros países, os EUA assinaram o START, tratado bilaterial com a Rússia, que prevê a redução mútua dos arsenais dos dois países.

França: A Fança é o maior produtor de energia nuclear por habitante do planeta. Atualmente, o país possui 59 reatores em 19 usinas nucleares, que respondem por mais de 75% da eletricidade utilizada pelos franceses. A tecnologia francesa é bastante avançada, permitindo até mesmo a reutilização de lixo nucelar prara gerar mais energia.
O presidente Nicolas Sarkozy já anunciou projetos para redução do arsenal nuclear francês, o que leva o país a buscar a não-proliferação nuclear para fins bélicos e o aprimoramento dos mecanismos para gerar mais confiança entre as partes do TNP, sob um sistema de segurança e responsabilidade.

Japão:
O Japão é carente em recursos naturais: não tem grandes rios, bacias petrolíferas ou grandes extensões territoriais para cultivo. Por isso, tem de importar petróleo, gás e carvão pra suprir suas necessidades energéticas. Visando reduzir os gastos com importação e as emissões de gases estufa (o pais é signatário do Protocolo de Kyoto) iniciou grandes investimentos em energia nuclear. Possui 54 usinas nucleares em operação e 8 em construção. É o terceiro maior produtor, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da França. A energia nuclear corresponde a 29% da sua matriz energética.

Porém, após o terremoto de março deste ano o Japão está revendo sua política energética. O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, disse que a energia nuclear continuará exercendo papel significativo na matriz energética do país, mas fontes de energia renováveis, como a eólica e a solar, serão mais incentivadas.
A população japonesa no geral apóia a redução da dependência do país em relação à energia nuclear. O país ainda guarda terríveis lembranças do bombardeio de Hiroshima e Nagazaki na Segunda Guerra Mundial e após os vazamentos em Fukushima a população saiu às ruas para protestar e pedir ao governo por mudanças.

Rússia: A Federação Russa costuma alinhar sua política externa quanto ao desarmamento nuclear com a dos Estados Unidos, o que pode ser observado com a recente ratificação do START 3.
O governo russo não só condena o uso de armas nucleares pelos governos como também se preocupa com o acesso destas por parte de grupos terroristas. O governo russo vem investindo na chamada reciclagem nuclear, aproveitando dejetos nucleares de outros paÌses na geração de energia nuclear do próprio país.
Atualmente, a Federação Russa tem 10 usinas nucleares em funcionamento, o estado de conservação destas usinas é considerado precário. Essa situação não é nova, o maior desastre nuclear da história, Chernobyl, aconteceu na ex-União Soviética. Os problemas de manutenação são crônicos, porém projetos de extensão e modernização estão sendo feitos.
A Rússia cumpre todos os requisitos do TNP, recebendo vistorias da AIEA. Defende também a adesão de todos os países ao Protocolo Adicional.

Irã: Os Estados Unidos e as demais potências ocidentais acusam o Irã de utilizar a tecnologia de enriquecimento de urânio com a intenção de fabricar armas nucleares, embora o país garanta que sua atividade tenha fins pacíficos. A nação é grande produtora de petróleo, mas seu governo arfirma querer diversificar as fontes de energia. Após a eleição de Mahmoud Ahmadinead, em 2005, os atritos se acirraram. Diante da negativa do Irã de paralisar o programa nuclear, a ONU aprova - em dezembro de 2006, março de 2007 e março de 2008 - sanções cada vez mais duras contra o país. Nas três ocasiões, a resposta de Ahmadinejad foi ignorar as ameaças e anunciar que não haveria recuo nas atividades nucleares. Um fato inesperado, em dezembro de 2007, dá força à posiçào iraniana. Vem a público um relatório das agências de inteligência dos EUA, segundo o qual o Irã suspendeu seu programa de armas nucleares em 2003. Em 2008, Alemanha e os cinco membros do Conselho de Segurança da ONU oferecerem ajuda econômica e o fim das sanções em troca da paralisação das atividades nucleares no país. O Irã responde de forma evasiva à proposta, e não recua em sua posição. Em novembro de 2009, a AIEA aprova resolução contra o programa nuclear iraniano. Sem se abalar com a decisào, o país anuncia que planeja construir 10 novas usinas de enriquecimento de urânio. Atualmente, muito se fala do acordo entre Brasil, Irã e Turquia.

Alemanha: A Alemanha tem mais de 26% de energia nuclear atualmente, mas está parando de investir na construção de novas usinas, apesar de investimentos em melhorias das existentes. O acidente do reator de Fukushima no Japão provocou uma abrupta mudança de sentido nos planos da chanceler Angela Merkel quanto a utilização de energia nuclear no país. A sociedade civil e o partido de oposição pressionavam o governo para que se interrompesse o programa nuclear alemão, mas e Alemanha continuava a investigar em tencnologia nuclear, classificada por Merkel como ''de ponta''. Porém, após o acidente de Fukushima, a política de Merkel está sendo revista, houve a suspensão por três mesos do plano que previa aumento no número de usinas e as mais antigas (anteriores a 1980) serão desativadas. Além disso, a chanceler preveu um aumento nos investimentos alemães em fontes de energia renováveis.

Brasil:
O Brasil apresenta grandes reservas de minerais radioativos, como o urânio. O programa nuclear brasileiro utilizou inicialmente tecnologia americana (Angra I) e depois tecnologia alemã (Angra II). A energia nuclear corresponde por aproximadamente 1% da matriz energética brasileira, que é extremamente diversificada, sendo modelo mundial pela grande utilização de fontes renováveis. Porém, o governo brasileiro vem demonstrando interesse em expandir a participação da energia nuclear na matriz energética do país com a construção de Angra III.
O programa nuclear brasileiro sofre grandes críticas porque a energia nuclear, por ser mais cara e de certa forma menos segura, é mais utilizada em países com pouca disponibilidade de recursos naturais, como o Japão. Ambientalistas defendem que o Brasil deveria focar seus esforços na produção de energia por fontes renováveis, como os biocombustíveis. Além disso, há a preocupação de que no caso de vazamento de resíduos de usinas brasileiras, a riquíssima biodiverdade do país seria colocada em risco. Por fim, também há certa desconfiança internacional em relação ao programa nuclear brasileiro pelo fato do país não ter assinado o Protocolo Adicional do TNP, ao qual considera uma violação de sua soberania, e por se alinhar ao Irã, que também não assina o protocolo, quanto a essa questão.


Coreia do Norte: Devido a questãoes históricas, ao desrespeito ao direito internacional e aos arroubos militares do ditador King Jong-Il, a Coreia do Norte é vista com desconfiança pelos países vizinhos (Coreia do Sul, Japão e taiwan) - que se veem forçados a iniciar uma corrida armamentista naquela região da Ásia - e pelo resto da comunidade internacional. A Coreia do Norte
iniciou seu programa nuclear ainda nos anos 60, construindo um pequeno reator para pesquisas. Em 2003, a Coreia abandonou o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares. O país realizou seu primeiro teste nuclear em 9 de outubro de 2006 e o segundo no dia 25 de maio de 2009. Há negociações em curso para fazer o país abrir mão de seu arsenal nuclear, porém isso continua sendo um grande desafio para a comunidade internacional. Atualmente, os testes e lançamentos de mísseis a longo alcance, a relação com o Irã e sua aliança com a China geram polêmica.

China: A China defende ativamente o TNP, participando das conferências e fóruns de desarmamento nuclear e defende a destruição deste tipo de artefato.
Porém, não abre mão de seu poderio nuclear enquanto os outros detentores deste tipo de tecnologia não o fizerem, pois tais recursos são destinados exclusivamente à defesa de sua população e de seu território. Dessa forma, a postura adotada inicialmente é a de cooperação com as delegações e os organismos internacionais presentes na reunião, a fim de encorajar os demais estados a uma maior participação e redução/desativação das ogivas nucleares existentes, principalmente nos EUA. O país adota medidas pesadas contra estados que recusarem agir de acordo com o que for estipulado na assembleia e com o que já foi acordado, procurando reduzir e impedir sua influência por meio de alianças e sanções. Trabalha também para o controle e prevenção do desvio de material nuclear para zonas e países não-nuclearizados e, principalmente, para o desvio de armamento nuclear pra agentes terroristas.
A China tem 13 usinas em operação, produzindo cerca de 11 GW, o que atende a menos de dois por cento das suas necessidades. A china investe na segurança de suas usinas.

Reino Unido: A produção de energia nuclear no Reino Unido começou ainda na década de 50.
A Inglaterra possui 19 reatores nucleares em operação, produzindo cerca de 13,5% da energia do país.
As pesquisas de opinião na Inglaterra são favoráveis à energia nuclear (65% a favor). Segundo John Hutton, ministro da economia inglês, a energia nuclear ''deve ter um papel no futuro energético do país, ao lado de outras fontes energéticas de baixas emissões de dióxido de carbono''. Um acordo firmado com a Índia em 2010 previa a cooperação nuclear entre os dois países, já que a Inglaterra pretende construir uma nova geração de usinas nucleares. Assim como os outros países nucleares, a Inglaterra afirma ter compromisso com a não-proliferação, mas mantém arsenal nuclear prório, que diz utilizar somente em caso de necessidade de defesa de seu território e população.

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